Análise: O Clássico do Milhão.

O primeiro turno acabou hoje com o tradicional clássico RExPA. Não faltou emoção na disputa pela Taça Cidade de Belém, os dois times jogaram com muita raça e a torcida foi um show a parte, comparecendo em peso e garantindo uma renda de pouco mais de R$ 1 Milhão.

 (Foto: Gustavo Pêna/GLOBOESPORTE.COM)

O jogo foi bastante igual, com oportunidades para os dois times o tempo todo. O Remo entrou com a vantagem do empate, o que pode ter sido seu pior erro, e começou jogando sem tomar a iniciativa. Já o Paysandu, que precisava do resultado, foi pra cima desde o começo e, como esperado, abriu o placar aos 29' do primeiro tempo. O lance do gol foi extremamente BISONHO! O zagueiro Zé Antônio escorregou, o goleiro Fabiano também escorregou e o zagueiro Raul subiu livre para cabecear e colocar os bicolores em vantagem. A resposta azulina veio dez minutos depois, numa falha do goleiro bicolor Zé Carlos. Zé Antônio cobrou falta frontal, o goleirão rebateu pra frente e Leandro Cearense só teve o trabalho de tocar para o fundo da rede. O primeiro tempo terminou empolgante, com tentativas de ambos os times de aumentar o placar.


No segundo tempo, o cenário se repetia, jogo lá e cá. O técnico Lecheva mexeu melhor que Flávio Araújo e o time do Paysandu lentamente começou a dominar o jogo. Ao Leão faltava a mobilidade no ataque e o domínio do meio campo. A troca de Fábio Paulista por Val Barreto, uma tentativa de levar o Remo ao ataque, não surtiu efeito. A bola não chegava aos atacantes azulinos, eles tinham que buscá-la, já que o responsável por criar as jogadas, Thiago Galhardo, estava apagado no jogo. A partir disso o time bicolor comandava as jogadas de ataque. Hélliton entrou bem, criando a maioria das jogadas de ataque do Papão. Uma dessas jogadas iniciadas por ele resultou no segundo gol de Raul, aos 42', após cobrança de escanteio o zagueiro subiu mais que o marcador e cabeceou pro gol.  Aí já era tarde pro Leão, que nada mais pode fazer, além de manter a cabeça erguida e pensar no próximo turno.

Depois desse grande primeiro turno realizado pelos dois times e das duas partidas decisivas podemos tirar duas conclusões:
1- O técnico Flávio Araújo montou um bom time, jogar de igual para igual com um time da série B é um grande avanço e um bom prognóstico sobre a continuidade do trabalho azulino. O Remo se classificará para a Série D e, se o time mantiver o comprometimento, poderá ser campeão e começar sua reestruturação. Apesar dos bons zagueiros e volantes, o sistema defensivo tem falhado bastante. A saída de bola é ruim e a criação está toda nas costas de Thiago Galhardo. Talvez abdicar de um zagueiro para a entrada de outro meia resolveria o problema, além de evitar que Fábio Paulista venha buscar a bola, aproveitando a velocidade do jogador. Apesar dos pesares, o Remo ainda tem chances de vencer o campeonato. Não seria uma surpresa.

2- O Paysandu cumpriu sua obrigação. É o time paraense que está tentando chegar a Série A, nada mais do que vencer um time que está buscando uma divisão. Apesar da vitória, o time bicolor não pode se acomodar, o time tem muito o que melhorar. O goleiro Zé Carlos é muito instável, Pikachu só está jogando pelo nome e o ataque é fraco. Iarley é um ótimo atacante, mas já tem muita idade. Não se pode confiar tanto a ponto de achar que ele, sozinho, pode levar o time para a primeira divisão. Acho que permanecerá tranquilamente na Série B, mas se quiser mais que isso é preciso investir. Lecheva é um bom técnico, conseguirá fazer um bom trabalho com esse time.

Por hora é isso. O primeiro turno foi uma boa prévia do que nossos times são capazes, e mostra que, se bem geridos, podem chegar longe esse ano. A nós, humildes torcedores, que não podemos entrar em campo e ficamos com o coração apertado em cada jogo, resta torcer e apoiar nossos times. Ainda teremos o segundo turno, Brasileirão e Copa do Brasil para acompanhar e participar. Que em breve tenhamos outro clássico do milhão, com milhões de emoções.