Remo e Paysandu fizeram as duas partidas mais emocionantes, inesperadas e incomuns dessas semifinais. Os dois jogos aconteceram no sábado, incomum. Os dois jogos tiveram menos de vinte mil espectadores, também incomum. O Remo venceu os dois jogos. O histórico do clássico não me deixa dizer que foi algo incomum, mas posso dizer com plena convicção que foram dois resultados inesperados.
Após o humilhante jogo contra o Flamengo pela Copa do Brasil, nem o torcedor azulino mais otimista acreditaria na vitória e na consequente classificação para as finais. A derrota para os cariocas mexeu com os ânimos azulinos e fez o técnico Flávio Araujo repensar sua tática e abrir mão de seus "queridinhos". As saídas de Wálber, Galhardo e Leandro Cearense, por opção do técnico, e Berg, por lesão, pareceram surtir efeito. Endy, Alex Ruan, Ramon e Nata fizeram o técnico mudar o esquema tático e conseguiram ajudar o time a vencer o maior rival no primeiro jogo.
Para a segunda partida, não se esperava um Paysandu tão apático perante a vantagem azulina. Os bicolores pareceram desatentos e afoitos durante boa parte do jogo, mudando apenas após o técnico Lecheva mexer no time. Do lado remista, Flávio Araujo mudou o esquema tático devido aos vários desfalques, mas o espírito da equipe continuava o mesmo. Um Remo aguerrido que buscou a vitória o tempo inteiro fez uma das suas melhores partidas do ano, conseguiu um grande resultado e pode conseguir a tão sonhada vaga na Série D.
O Remo vai como favorito para a final do turno e após os dois resultados convincentes o time tem uma motivação muito maior para conquistar sua vaga. Ao Paysandu resta esperar pelo vencedor na grande final e pensar mais seriamente em conseguir reforços para a Série B. Para isso não é preciso ir longe, Tuna, Paragominas e Remo tem ótimos jogadores que poderão ficar disponíveis. Aos bicolores mais exaltados, se acalmem! Seu time não está em crise e essa não é a hora de pedir a cabeça do técnico, mas sim de apoiar ainda mais o time.
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