O Clássico RexPa é a principal rivalidade da Região Norte do Brasil. Além de envolver os dois maiores times da região é considerado o clássico mais antigo do país. Em dia de Clássico a cidade de Belém para e o gigantismo do Futebol Paraense aparece na sua forma mais honesta, através das torcidas, que independente de época ou fase dos times, comparecem em peso para apoiar seus times.
O primeiro jogo, dos mais de 700 disputados entre Remo e Paysandu ao longo dos tempos, foi realizado no dia 14 de junho de 1914, pelo Campeonato Paraense de Futebol. O Leão venceu por 2 a 1, gols de Rubilar (o primeiro da história do clássico) e Bayma (contra), com Mateus marcando para os bicolores. Os clubes tiveram as seguintes escalações:
Remo: Corintho; Lulu, Mustard; Galdinho, Aimée, Carlito; Macedo, Dudu, Antonico, Infante e Rubilar.
Paysandu: Romariz; Bayma, Silvio; Jaime, Moura Palha, Mitchel; Hugo Leão, Garciaa, Guimarães, Mateus e Arthur Morais.
Inicialmente, Remo e Paysandu mantinham uma relação até certo ponto amigável. Entretanto isso mudou no dia 23 de janeiro de 1915, quando o primeiro secretário azulino, Elzemann, enviou um ofício para Antônio Barros (presidente bicolor na época), tratando da realização de uma partida cuja renda seria utilizada para ajudar financeiramente as equipes. Os bicolores enviaram um ofício-resposta, cercado de termos insultuosos à proposta azulina. Em um segundo ofício, a Diretoria do Paysandu aceitou o desafio, sem que deixasse de lado os insultos e injúrias. No dia seguinte, o Clube do Remo mandou outro ofício dando término às relações amistosas entre os times. Era o início de uma das maiores rivalidades do futebol brasileiro.
Além de terem as maiores torcidas da região, os jogos entre Remo e Paysandu são conhecidos e admirados pelos grandes públicos mesmo quando os times não atravessam boa fase. A imagem do Mangueirão lotado pelo Fenômeno Azul, como é conhecida a torcida do Remo, e Fiel Bicolor, denominação dada à torcida do Paysandu, demonstra o fanatismo do torcedor paraense pelo futebol.
As maiores torcidas da Região Norte dão um show a parte no RexPa. |
Estatísticas
Jogos: 713
Vitórias do Remo: 254
Empates: 236
Vitórias do Paysandu: 223
Total de gols: 1 802
Gols do Remo: 920
Gols do Paysandu: 885
A última partida considerada foi a vitória de 2 a 1 do Remo em 26 de janeiro de 2013.
Recordes
Goleadas
Maior goleada do Paysandu: 7 a 0 em 26 de julho de 1945.
Maior goleada do Remo: 7 a 2, em 5 de março de 1939.
Artilheiros
Hélio (Paysandu): 46 gols.
Itaguary (Remo/Paysandu): 30 gols.
Quarenta (Paysandu) e Cacetão (Paysandu): 28 gols.
Bené (Paysandu): 26 gols.
Quiba (Remo): 24 gols.
Carlos Alberto (Paysandu): 23 gols.
Jaime (Remo/Paysandu): 22 gols.
Farias (Paysandu) e Jeju (Remo/Paysandu): 21 gols.
Santo Antônio (Remo): 19 gols.
Maior artilheiro em um só jogo:
Jango, do Clube do Remo, que marcou cinco gols na goleada azulina de 7 a 2 sobre o Paysandu em 1939.
Jogador que mais atuou:
Quarentinha, que disputou 135 clássicos pelo Papão entre 1955 e 1973.
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Em dia de Clássico o Mangueirão fica pequeno. |
Invencibilidades
Maior invencibilidade do Remo: 33 jogos, de 31 de janeiro de 1993 a 7 de maio de 1997.
Maior invencibilidade do Paysandu: 13 jogos, de 29 de janeiro de 1970 a 9 de dezembro de 1970.
Re-Pa no Campeonato Brasileiro da 1° Divisão
Jogos: 10.
Vitórias do Remo: 3.
Vitórias do Paysandu: 2.
Empates: 5.
Gols do Remo: 11.
Gols do Paysandu: 9.
Remo 1 x 1 Paysandu – 18 de novembro de 1973 (Baenão).
Remo 0 x 0 Paysandu – 19 de maio de 1974 (Baenão).
Remo 2 x 0 Paysandu – 7 de setembro de 1975 (Baenão).
Remo 5 x 2 Paysandu – 7 de setembro de 1976 (Baenão), público: 33 487.
Remo 0 x 0 Paysandu – 6 de novembro de 1977 (Baenão).
Remo 0 x 0 Paysandu – 26 de março de 1978 (Mangueirão), público: 34 969.
Remo 0 x 1 Paysandu – 24 de fevereiro de 1985 (Mangueirão), público: 28 797.
Remo 0 x 3 Paysandu – 7 de abril de 1985 (Mangueirão), público: 4 723.
Remo 2 x 1 Paysandu – 7 de setembro de 1993 (Mangueirão), público: 20 253.
Remo 1 x 1 Paysandu – 6 de outubro de 1993 (Mangueirão), público: 15 704.
Vitórias do Remo: 3.
Vitórias do Paysandu: 2.
Empates: 5.
Gols do Remo: 11.
Gols do Paysandu: 9.
Remo 1 x 1 Paysandu – 18 de novembro de 1973 (Baenão).
Remo 0 x 0 Paysandu – 19 de maio de 1974 (Baenão).
Remo 2 x 0 Paysandu – 7 de setembro de 1975 (Baenão).
Remo 5 x 2 Paysandu – 7 de setembro de 1976 (Baenão), público: 33 487.
Remo 0 x 0 Paysandu – 6 de novembro de 1977 (Baenão).
Remo 0 x 0 Paysandu – 26 de março de 1978 (Mangueirão), público: 34 969.
Remo 0 x 1 Paysandu – 24 de fevereiro de 1985 (Mangueirão), público: 28 797.
Remo 0 x 3 Paysandu – 7 de abril de 1985 (Mangueirão), público: 4 723.
Remo 2 x 1 Paysandu – 7 de setembro de 1993 (Mangueirão), público: 20 253.
Remo 1 x 1 Paysandu – 6 de outubro de 1993 (Mangueirão), público: 15 704.
O mais longe que o Re-Pa já chegou foi a decisão do 3º lugar do Módulo Amarelo da Copa João Havelange de 2000, que dava direito ao vencedor de disputar o Módulo Azul (Primeira Divisão). Na primeira partida, dia 12 de novembro, o Remo venceu o Paysandu por 3 a 2. No segundo jogo, dia 19, Leão e Papão não passaram de um empate em 0 a 0. O resultado beneficiou o Clube do Remo que integrou o Módulo Azul.
O jogo de número 700 do clássico mais disputado do futebol mundial ocorreu no dia 12 de abril de 2009. O Paysandu vinha numa situação melhor, tanto que o presidente Luis Omar Pinheiro afirmou que o Papão não deveria ter pena do miserável, no caso, o Clube do Remo. Contrariando as expectativas e reforçando a máxima de que em clássico não há favorito, o Leão venceu por 2 a 1, gols de Helinho e Beto, no jogo que ficou conhecido como a “Revolta dos Miseráveis”.